"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Compromisso

Meu compromisso é com a vida, com a verdade, com o amor e a fé. Creio que a vida se paute por estas bases, ao menos a minha vida assim é. Não tenho compromisso com a perfeição ou com a dúvida, com o medo ou com os erros, não tenho compromisso com nada que não me aqueça o coração. Não tenho compromisso com a maldade, com a mentira, com a falta de função, com aquilo que já se perdeu ou perdeu qualquer sentido de ser. 


Meu compromisso é, a cada dia, acertar em ser. Acertar em , ao menos um mínimo, fazer melhor, mudar, transformar, romper crenças inatingíveis ou revogáveis. Romper com o que não é sólido, com o que não traz luz. Romper com barreiras do tempo que nos façam estagnar. Meu compromisso é estar de bem comigo e com meu coração, na certeza de ter feito o bem, ter feito o melhor, ter feito o mais simples, porém da forma mais correta. 

Também trago um compromisso com o sorriso, com a alegria, com a vontade de melhorar o que for possível. Trago na vontade o desejo de não ficar parada em antigas ações, em ransos perdidos que já criaram teias na estrada que ficou para trás. Também trago um compromisso com o que é bom, verdadeiro e significativo. Também trago um compromisso com a realidade e com o que me toca o coração. 


Se algo me toca a alma, toca meu mundo. E farei o possível e moverei céus e terras para que esse toque sentido em meu espírito seja reverberado na vida. Tudo o que é positivo me toca. Assim como tudo que é puro. Tudo o que é simples e fácil de entender. Tudo aquilo que traz o compromisso consigo mesmo e com o melhor é mais aceitável. E sempre fica tudo aquilo que significa. O coração é o termômetro. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

A vida em si

A gente de vez em quando para no meio do tempo para pensar. E pensa em muitas coisas, sendo a vida, um tema prático e recorrente. Talvez porque a vida, quando vista assim, de frente, sempre nos pareça, a princípio, arremedo do tempo. Não, ao contrário, ela é rara e muito clara sobre si mesma e nós é que somos tamanhos ignorantes e sequer percebemos. 



A vida é um oásis no deserto e todas as hipóteses de propostas a serem vividas ela coloca bem a nossa frente, todos os dias. A vida em si é um só momento, mas não qualquer um, um grande momento ela é e enseja. Mas o que ela insiste em nos mostrar ? O que ela repete em nos dizer ? O que ela quer nos informar e fazer ver ? Na verdade a vida é um oco, mas um oco produtivo e repleto de intenções, das quais, nem sempre sabemos entender. 


Então, a vida vem e amanhece a gente todo dia. Assim, como quem não quer nada, ela nos põe para dormir à noite e nos acorda toda manhã, com a intenção de verificar se aprendemos. Se aprendemos a amar, a escolher coisas positivas, a encarar os problemas com suave felicidade, a sorrir, independentemente da dor que se sinta. Ela verifica se aprendemos com a dureza e, mais ainda, com as alegrias. Ela verifica se somos ágeis em nossos afetos, se somos certeiros nos desejos reais, se somos pessoas melhores no instante ali na frente do passado que ficou para trás. 



Daí você para, olha e pensa: o quanto já viveu... E talvez, pense de novo: se fez muito, se fez pouco ou se deixa a desejar e ainda precisa fazer muito... E a vida, calorosamente, te olha nos olhos, te pega pelos braços, te coloca a embalar e diz, mansamente, te recolhendo no peito, como mãe zelosa, dizendo por intuição e pensamento sem dizer qualquer palavra, que ela está ao seu lado, basta que você acredite que tudo é possível, porque assim é. 

domingo, 5 de outubro de 2014

Sinais do tempo

Agora eu entendi... porquê as flores dessa semana não abriram, porque estava tão frio... porque as palavras foram desertas... porque a ausência foi permitida. Agora eu entendi... porque já não chovia, porque eu queria tanto o silêncio... porque houve um arrepio no peito... porque a distância já não mais doía. 

Hoje entendi, porque, em tanto tempo, o significado era único e só eu não via... Porque a gente olha o vazio e se sente ali naquele meio... Entendi um porquê, assim, de uma vez, o coração era algo que sempre doía e isso se repetia... sem fim.

Hoje entendi, porque as palavras fugiram, porque esse vento que assobia lá fora é tão sinistro quanto a escuridão do peito. Hoje entendi, o modo imperfeito de tudo aquilo que a gente traz lá dentro, tão fundo, no abismo nosso de cada dia. 

Agora eu entendi... o que já devia ter ido... Agora eu entendi... o que já estava perdido... Agora eu entendi... porquê nunca veio... Agora eu vi e entendi... Agora eu vi, entendi e senti... E assim, eu fico aqui... Presa nesses sinais do tempo.