"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



domingo, 21 de novembro de 2010

Crescer na Alma dói mais que no Corpo


Hoje já tinha pensado em outro assunto que gostaria de falar, mas a palestra que assisti pela manhã no núcleo espírita que frequento me levou ao que vou discorrer agora. Foi algo que me calou profundamente a Alma por falar, principalmente, sobre o desapego.

O capítulo estudado foi o XVII - Sede perfeitos : sendo o item "O Homem no Mundo" tema principal da palestra, um dos trechos do Evangelho diz o seguinte :

"Um sentimento de piedade deve sempre animar o coração daqueles que se reunem sob o olhar do Senhor, implorando a assistência dos Bons Espíritos. Purificai, portanto, os vossos corações. Não deixai que pensamentos fúteis ou mundanos os perturbem. Elevai o vosso espírito para aqueles a quem chamais, a fim de que eles possam, encontrando em vós as disposições favoráveis, lançar em profusão as sementes que devem germinar os vossos corações, para neles produzir os frutos da caridade e da justiça."

Não quero aqui fazer nenhuma justificativa a minha religião ou induzir alguém do que esteja certo ou errado. Cada um sabe o que lhe atrai em sua doutrina e como deve professar sua fé, mas encontramos nessas palavras e nas seguintes e, mais ainda, no teor em que se deu a palestra, a importância de vivermos na atualidade sabendo exatamente como devemos viver. Que tenhamos nossos bens e nossas posses, lembrando que nos são temporárias e que, ao partirmos num futuro breve as mesmas deverão ficar aqui , assim como os relacionamentos que temos com as pessoas, que também ficarão ao partirmos, e que para isso tenhamos serenidade de entender tudo isso hoje, agora.

Também se faz necessário entender os relacionamentos com as pessoas que temos e o porquê delas estarem em nossas vidas, porque nos encontramos, porquê é preciso passar por experiências em nossa família ou fora dela com outros seres em evolução assim como nós. Apenas para a evolução pessoal, para podermos fazer crescer nossa Alma! O palestrante completou, para lembrarmos da época difícil de nossa adolescência, onde doía o Corpo com nosso constante crescimento de músculos e de ossos e, hoje, o que dói é a Alma quando podemos crescer através de nossas experiências com os relacionamentos humanos.

E a necessidade de aprender a exercer o desapego das coisas, das pessoas e dos momentos quer sejam eles bons ou ruins, ele também ilustrou com um pensamento de que, ao nascermos somos "cortados" de nosso cordão umbilical e renunciamos ao conforto do colo de nossas mães e de todo o lugar seguro de seu ventre e , ao apanharmos do médico para chorar o fato é feito apenas com o intuito de se saber se está "tudo bem" e isso segue conosco durante toda a vida, pois fatos sucessivos cortam nossos laços e nossos cordões umbilicais de outras pessoas e chorar por esse fato é apenas a informação de que está "tudo bem" , mais uma vez. E a falta do colo renunciado na infância é o que vamos buscar durante toda a Vida, quer seja no prazer através da alimentação, desregrada, dos relacionamentos doentios, do apego excessivo ao trabalho e às obrigações, das compras compulsivas ou qualquer outra coisa que nos dê esse "colo" que nos foi tomado um dia.

Disse , por fim, da importância de se fazer as mesmas coisas de modos diferentes, de buscarmos as mudanças para nos acostumarmos com elas e sempre poder desenvolver novos caminhos em nosso dia para crescermos cada vez mais, fortes e evoluindo sempre. Lembrando-nos de nosso Criador e de todo respaldo que Ele nos dá durante a jornada da Vida. Encerro com mais um trecho do texto , que diz : " A perfeição, como disse o Cristo, encontra-se inteiramente na prática da caridade sem limites, pois os deveres da caridade abrangem todas as posições sociais, desde a mais ínfima até a mais elevada. O homem que vivesse isolado não teria como exercer a caridade. Somente no contato com os semelhantes, nas lutas mais penosas, ele encontra a ocasião de praticá-la. Aquele que se isola, portanto, priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de perfeição : só tendo de pensar em si, sua vida é a de um egoísta."

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