A todos os outros, minha consideração, meu afeto, minha reverência. A todos que não visitei, que não li, mas que admiro, que desejo, que me encantam, que me seduzem. A todos os outros a quem nunca senti, mas entendo, ouço e respeito. A todos os outros, que sempre me enfeitam, de uma forma ou de outra, porque habitam meus pensamentos, ainda que sequer saibam. Meu afeto é sincero a todos os outros, assim como minha hóstia de amor, meu cálice de paixão nunca confessada, ardida em silêncio.
A todos os outros faço hoje o dia e agradeço. Agradeço por me fazerem parte, ainda que o todo seja incompleto, não sabido, inacabado, não visto e sequer comentado. Há uma atmosfera que envolve a todos os outros. Uma atmosfera real, de saudade, de medo, de vontade, de curiosidade, de intensidade em saber. E todos os outros jamais imaginam o que haveria de ser, caso eles viessem a ser, de verdade. Mas, diga-se a verdade: a vida é sempre doce pela existência de todos os outros.
E todos os outros são, também, importantes, por fazerem parte do povoado imaginário. É através deles que se fortalece o instinto e a razão. É através do que não se cumpre que se projetam novos sonhos, outros desejos e novas esperanças. Afinal, nem todos os outros seriam um ideal, seriam perfeitos e, portanto, melhor que inspirem a ser. A todos os outros sonhos, a todos os outros desejos, a todos os outros ensejos, que se façam presente. Hoje e sempre. Por serem parte da minha realidade, ainda que de imaginação. Que enfeita e encanta. Que é necessária. Que é existente. Que é permanente.
Que a todos os outros, nunca falte tempo e nem espaço. Que eles saibam hoje, aqui e agora, da sua importância, da sua relevância e da sua excelência. Não são menos. São sempre mais. Ainda que não estejam, ainda que não surjam, ainda que não movimentem, ainda que não saibam, ainda que não reconheçam. Ainda que apenas sejam eles todos os outros. Nunca serão menos.
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