"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Tentando se manter ZEN em frente ao CAOS


Definições segundo o dicionário de ZEN : "pessoa ou coisa calma, tranquila, serena, mística, contemplativa, que não se abala por nada." e CAOS : "estado de absoluta confusão, confusão extrema e irremediável." O CAOS é tudo aquilo que estamos observando no mundo hoje com as situações que nos apresentam todos os dias, no Haiti com a proliferação do surto de cólera, com as Coréias do Norte e do Sul que nunca se deram bem e agora passaram a se atacar , com a Europa mergulhada em sua crise e milhares de pessoas perdendo seus empregos , com o Rio de Janeiro imerso em uma guerra entre polícia, traficantes e a sociedade desorientada sem ter aonde se proteger e precisando implorar abrigo nos braços do Cristo Redentor que os acolhe todos os dias, a violência que assola São Paulo em que homossexuais, negros ou nordestinos passam a ser atacados como se "pudessem" ser pessoas extermináveis, como se não merecessem viver em sociedade, como se fossem diferentes.


Além de todo esse CAOS universalizado, convivemos ainda com o CAOS do dia a dia da grande metrópole com o trânsito e mais do que isso, o CAOS provocado pelas pessoas que não dispõem de um mínimo de civilidade ou educação ao utilizarem-se dos serviços públicos, pessoas que, simplesmente não se importam umas com as outras no Metrô, nos ônibus e mesmo andando a pé pela cidade. Algumas pessoas comportam-se como se apenas ELAS vivessem em meio a cidade, param seus carros em locais inacessíveis e , mesmo estando em fila dupla, não se importam se os outros carros precisam passar por ali, a única coisa que importa é o que ELAS fazem , para onde ELAS vão, as outras pessoas que se lixem e desviem seus caminhos, ora bolas, assim ELAS pensam.


No Metrô elas se atropelam como num "estouro de boiada", empurram-se umas às outras, espremem-se como se fizesse muita diferença ir naquele ou no próximo, todas vão chegar do mesmo jeito e esperar um pouquinho que seja não iria afetar em nada, mas o que parece é que elas vivem atrasadas e desesperadas por algo que não podem perder. Talvez seja a ansiedade ? Me pergunto se essas pessoas que correm e buscam tanto sabem dar valor ao "pouco" (que é muito mas elas não sabem isso) que tem ? Sabem contemplar o mundo a sua volta e valorizam sua família, seus amigos, sua vida, seu emprego (que muitas vezes elas odeiam, odeiam chefe, odeiam os colegas de trabalho, odeiam o salário), sua casa, seu ato de respirar todos os dias. Será que elas agradecem pelo simples fato de estarem vivas e poderem fazer de cada dia uma nova oportunidade ? Será que elas desfrutam de tudo o que a vida lhes apresenta e não cobra ingresso, ou seja, valorizam as coisas mais simples da vida ? Será que elas refletem sobre isso ? Penso que não...


E todos os dias é isso, me deparo com esse desrespeito, com a discórdia, com o mau humor e o mau jeito das pessoas que também não se cumprimentam mais, não se falam, não se olham, apenas se estressam, apenas se toleram e não sabem mais quem são e muito menos para onde vão, que dirá sabem aonde querem chegar, será que ao menos pensam essas pessoas ? Que Deus nos proteja de tanto CAOS e nos deixe todos os dias um pouquinho ZEN para descansarmos gostosamente nossa cabeça no travesseiro e sonhar que as pessoas, um dia, serão diferentes, menos egoístas e mais humanas.

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