"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



sábado, 18 de dezembro de 2010

Pais & Filhos


Nesses últimos tempos tenho reparado muito nessa relação tão delicada entre pais e filhos e , como havia comentado num post anterior sobre a pressão dos pais diante da fase pré-vestibular dos filhos, resolvi estender mais um bocadinho o assunto.

Ontem, ao fazer a matrícula na faculdade, pude perceber e refletir sobre essa questão, da presença dos pais na vida dos filhos (vários estavam com seus filhos lá também se matriculando) e entendi uma coisa : não são os pais os errados por superprotegerem demais seus filhos, mas sim, nós os filhos, que somos os responsáveis por não nos desligarmos dessa situação, somos nós que não temos a coragem de cortar o cordão umbilical e seguir.

Como na música do Renato : "você culpa seus pais por tudo...isso é absurdo, são crianças como você!..." , não nos damos conta disso, de olhar com esses olhos e enxergar que a atitude tem de partir da gente. É sempre muito cômodo você ter seus pais lá, fazendo tudo por você, resolvendo tudo por você. Mas há um momento em que isso não se faz mais possível.

Se hoje, aos 34 anos, eu ainda não arrumei o meu lugar ao sol foi por opção minha e não por culpa dos meus pais, que apenas tentaram fazer o seu melhor comigo, me protegendo, me mantendo embaixo da asa. E a situação, que por anos foi confortável para mim, hoje, me faz ver que era necessária uma ruptura, na hora de "cortar os laços" eu não consegui e o tempo passou porque a vida segue.

Temos de ser responsáveis sim, temos de ter cuidado sim com nossos filhos, e nós como filhos, com nossos pais, mas tudo dosado, tudo ao seu tempo e, quando a janela da independência bater à sua porta, corra para ela, mas se mantenha conectado aos valores e aos ensinamentos passados por seus pais, pois são tesouros que carregamos ao longo da vida e são as imagens mais fortes de nós mesmos que poderemos construir no futuro.

A vida é feita de opções, escolhas e cabe a nós fazermos as nossas e lutarmos por elas quando acharmos que já é o tempo. A vida passa depressa e o tempo é simplesmente implacável e não há um só dia que possa ser repetido durante toda nossa existência. Deveremos viver um dia de cada vez com a certeza de que os mesmos são únicos e tudo o que pudermos fazer neles, não retornará para nós em outro segundo sequer.

Resumo da ópera ? Tenho que aprender a virar "gente grande" agora, porque o tempo não pára e eu já esperei demais para crescer.

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