"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Quando a gente ama...

Parece até título de música brega, né ? É também a primeira estrofe da música "Fio de Cabelo" , que é totalmente brega , mas fala de amor... O amor é brega , então , suponho ?

Talvez sim, para muita gente, nos dias de hoje, de tecnologia , de redes sociais , de SMS , de Ipads e outros I´s de infinitas formas o amor pode até ser mesmo brega. Mas não o é para quem ama de verdade, para quem o sente. Sim, porque quem ama comete algumas loucuras , comete alguns desacertos apenas porque foi dominado por esse sentimento puro e tantas vezes primitivo que é o amor.


Ontem estava lendo meus estudos de Filosofia da faculdade e me deparei com a história de Eros , aquele cupidinho fofo que quando vem para o nosso lado com sua flechinha é capaz de provocar verdadeiros estragos... Descobri que ele sofre de insatisfação , descobri que ele é dotado de fome e por isso, quando amamos nos tornamos também seres famintos , sedentos , desejosos de suprir nossos desejos , nossas carências e fazemos de tudo e mais um pouco para alcançarmos nosso objeto do desejo ou , se preferirem , nossa coisa amada. Não medimos esforços para alcançarmos estar com ela , apenas para compartilharmos de sua presença, apenas para admirarmos seus passos, apenas para ouvirmos sua voz ou até mesmo arrancarmos um sorriso seu de "bom dia"... ahh.. Eros, faminto anjo que sempre nos enlouquece com suas vontades inusitadas e que quando não conseguimos cumpri-las ficamos sempre com aquele vazio por dentro, aquela sensação de falta de tudo que nos inquieta de tal forma... até que o amor torna-se então , um vício e , quando não o temos , nos sentimos inócuos , isolados do mundo , nos sentimos imperfeitos , incompletos e tudo por culpa da fome desse tal "anjinho"... Eros é filho da deusa Penúria (sempre miserável e faminta) e do deus Poros (o astuto engenhoso) e como resultado dessa mistura nosso doce cupido está sempre faminto , sedento e miserável , mas também dispõe de mil astúcias para se satisfazer e se fazer amado. Ora fica maltrapilho e semimorto e ora torna-se rico e cheio de vida embebido de amor.


E quando a gente ama é assim , de uma forma ou de outra a gente tenta se completar , com ou sem aquela pessoa que nos encanta , com ela se o amor é recíproco , correspondido e sem ela se o amor é platônico , idealizado , mas de qualquer forma buscamos a completude... O amor platônico fica de pauta para outro dia porque senão vamos encumpridar muito a história.

Quando a gente ama não mede esforços , quer estar junto , quer algo daquela pessoa que nos encanta , e se pelo menos não podemos estar juntos fisicamente nos perdemos em sonhos e fantasias , algumas vezes assustadoras de tão reais e intensas , nos provocam verdadeiras avalanches de emoção em nossos sentidos, sentimos o perfume , o gosto , o toque e tudo o mais apenas ao fechar dos olhos.

Quando a gente ama nem se importa de ser brega e de produzir algumas cartas de amor , ridículas até , mas tão nossas , que trazem toda a essência da nossa história. Fazemos poesia , declamamos nosso amor nas músicas que saimos a cantar todos os dias , nos iluminamos com um sorriso ao lembrarmos do ser amado , andamos nas nuvens sonhando com os momentos dos próximos encontros , divagamos em nossas ideias e apenas vivemos à espera da chegada do nosso ideal de amor.


Esses momentos são tão mágicos e ímpares , pelo menos nos primeiros momentos do amor, no seu despertar . Tornam a vida tão mais bonita , com tanto sentido...

É preciso, porém, atentar pelo prazo de validade do amor, que pode acontecer dele terminar antes e não ser para a vida inteira como muitos idealizam... Também deve-se ter muito cuidado com os inimigos, as coisas que minam o amor e minam mesmo, de um jeito, que depois ele não volta mais e não há como retroceder...

Por isso que quem ama , ama de qualquer jeito , ama pura e simplesmente , ama na totalidade , ama sem querer mudar a nada , acha a pessoa perfeita em todas as suas imperfeições , acha lindo até aquilo que a pessoa nem tem , conforta-se pela sua presença e ama a toda sua essência , isso se for um amor de verdade.

3 comentários:

Borboleta no Casulo disse...

Adorei saber a história do cúpido ;)
É o q eu sempree digo: o amor é uma plantinha que temos que cuidar tds os dias.
Depois desse post fikei ate c saudades de amar, enlouquecer por amor novamente rs!
Bjs

Will Lukazi disse...

Olá Van ! td bem contigo ?

Com certeza o amor não sairá de moda, minha amiga. Apesar do mundo tê-lo esfriado nos últimos tempos ele sempre sobrevive de algum modo , sempre renasce de alguma forma. Interessante a estória do Eros. Eu não sabia que era assim...srsrsr...

Gostei daquele coraçãozinho ali no prato...rsrr...abriu até o apetite....linda postagem...


Super Beijo !

Olívia disse...

Oi querida... que texto lindo (comprido, mas lindo rs)

Eu fico com aquela música "Quem inventou o amooooorrrr..." do Legião Urbana, e só agora eu entendi...foram os pais de EROS ahahahahah

Legal saber um pouco disso viu!!!

mas olha, esse tal de AMOR é o que move tudo mesmo... inclusive a falta dele ehehehheeh

BELO POST.


Tava com saudade de vir aqui...

.Olívia.