"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



sexta-feira, 8 de junho de 2012

E do que é feito o amor

Essencialmente achamos e entre achismos e um bocado de incertezas nos deparamos com filosofias , crenças , desditas e trapaças verbalizadas que nada têm a ver com o amor. Primeiro porque definir um sentimento é mais ou menos como desenhar em meio às nuvens , é acordar de mochila nas costas destemido a encontrar o caminho até o Jardim do Éden , é quase como atravessar os oceanos de ponta a ponta em uma semana a nado. Não dá ! Técnica e teoricamente falando é impossível.
Vamos esbarrar em definições , em visões , declarações , tentativas mais intimistas e outras tão determinadas... talvez alguma poesia consiga traçar algum esboço, mas nada concreto, nada de modo formatado e que traduza em gênero, número e grau as características , competências e relevâncias acerca de tão vasto e denso assunto. Para entender do que é feito o amor é preciso senti-lo e para senti-lo é preciso vivê-lo e para vivê-lo é preciso desprender-se de si mesmo e de todo entendimento arraigado, "abagajado" pelas experiências malfadadas anteriores.
 
O amor gosta da novidade e nunca uma história será e nem deverá ser reprise da outra. Se for já começa errado , já se estabeleceu um patamar específico , viciou-se num melodrama tóxico particular e embarcou-se com unhas e dentes em mais um suicídio amoroso mas não no amor em si. Os integrantes são diferentes e já daí o enredo deveria fazer-se novo, "cada um no seu cada qual" , mas a partir do "andar da carruagem" notam-se as frases feitas , os quadros das cenas desenhados milimetricamente e pronto : cada um já embarcou com seu personagem que "finge que ama" e o outro "finge que gosta" e vamos ver onde vai dar...
 
Não é assim que deve funcionar , porque se começar assim, na verdade não irá nunca funcionar ! No amor não há regras , defesas ou pré-estabelecimentos. No amor ou você se joga de frente e de peito aberto, destemido, ou você começa a se iludir e a fantasiar uma história ao redor de si próprio no intuito de engendrar o outro sob suas garras e aí, nada feito... O amor precisa ser algo nobre, consituído num patamar de verdades, sem jogos, sem meias palavras, sem arremedos, sem medos e sem restrições.
 
Além do que ele precisa de terreno fértil para se instalar. Sim ! Como na natureza, o amor precisa de um terreno limpo, arado, iluminado e fértil para surgir-se com suas melhores e maiores nuances. Caso contrário é como plantarmos sementes em solo arenoso, em solo ressecado, em solo duro... não vingam. Você não pode querer manipular o amor, não pode querer controlar o amor, não pode querer incutir os seus desejos ao amor... ele simplesmente acontece e chega , quando menos o coração espera e na intensidade que há de ocorrer naquele momento. Quando se vê , já foi... já se está vivendo... Quando se vê já nem se percebe mais as diferenças entre tempo e espaço... Mas isso dentro da unidade de cada um, estando pleno e perfeito, primeiro em ordem consigo mesmo... para depois arriscar-se pelos terrenos do outro;  porque se você apenas julga que aquele próximo relacionamento ali pode ser bom à você e você então decide arriscar, desculpe-me... o amor não entende muito o que diz a razão, justamente porque ela não faz parte do rol dos sentimentos... eles trilham por armários distintos nas prateleiras do coração...muito cuidado...

Um comentário:

O Divã Dellas disse...

"No amor não há regras , defesas ou pré-estabelecimentos. No amor ou você se joga de frente e de peito aberto, destemido, ou você começa a se iludir e a fantasiar uma história ao redor de si próprio no intuito de engendrar o outro sob suas garras e aí, nada feito... "


E não é que isso mesmo, Van??


Estou tentando me apaixonar de novo. Juro que estou...

Amei seu post, minha lindona!!!

Saudades de vc e de sua sabedoria!

Um beijo!


Verônica