"Faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vidinha isolada do passado...e nos perderemos no tempo... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo : não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores...mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !" - Vinicius de Moraes



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Para todo reinício há um fim...

A vida é uma sucessão de ciclos. Sendo alguns mais curtos e rápidos, sendo outros mais longos e com certa constância. A realidade é que ela se apresenta nessa cadeia de momentos que vai movimentando as nossas expectativas, criando alguns cenários diversos pelo caminho, abrindo outros ao menor movimento e também prolongando alguns detalhes que precisam ser melhor observados durante a trajetória. Mas, por vezes, esses ciclos se perdem e se rompem, provocando a finalização de algo. 

Esse término implica em uma certa vulnerabilidade da área em que ele afeta. E essa vulnerabilidade relaciona-se ao desapego. O fato de ter de encarar que aquilo que funcionava de um jeito, deverá passar a funcionar de outro diferente. É um reinício atrelado a um fim. A verdade é que deveríamos todos estarmos acostumados a esse processo vital fundamental. Mas a realidade é que quase nunca estamos. Prontos ? Para desapegar, encerrar, fechar, terminar ? Deixar ir, olhar para o final, se despedir e virar a página ? Pensar que haverá outra história, outro momento, nova rotina e novo cenário ? Quem disser que isso é fácil, por favor, me dê a fórmula. 

Esses ciclos itinerantes de nossas vidas, que acontecem a todo momento, são encharcados de significados. Temos ciclos desde a infância, desde o nascimento, com o primeiro golpe de ar e teremos até o último suspiro com o encontro da morte. Mas a cada um cabe o seu impasse particular. O seu momento de caos ao olhar para aquilo que já estava tão pleno de significância em sua vida e que, agora, não haverá de prosseguir... Mesmo que se encha o peito, mesmo que se sinta, ainda que pequenina, uma esperança pela chegada da nova realidade: não é fácil. Mas é necessário. 

Desembarcar. Partir. Deixar. Desapegar. Seguir. Mudar. Romper. Purificar. Aceitar e entender que o novo sempre vem, que poderá ser um novo melhor, uma realidade mais palpável... é para poucos. Tanta flexibilidade que nos tira da zona de conforto de apreciar o velho lugar comum, dos sentimentos, das sensações, dos caminhos acostumados, dos gostos, dos desejos saciados... torna-se aprendizado eterno... torna a vontade de ser mais maleável ou um camaleão adaptável, ou alguém que saiba lidar com seus próprios tropeços e percalços, encarando cada partida sempre como um reinício muito mais importante e significativo. Que a vida, então, faça-se nova. Hoje e para todo o sempre. 

Nenhum comentário: